segunda-feira, 26 de maio de 2014

brumas no futuro

PS: ganhou por uma migalha, mas Tozé Seguro e as gastas elites dirigentes do PS insistiram toda a noite eleitoral numa "vitória esmagadora". Em negação. Se estes 33% fossem numas legislativas seria uma maioria relativa, uma vitória curta que atestava a incapacidade da liderança de António José Seguro em capitalizar o descontentamento. O PS tem de olhar para si e tirar as conclusões do que o "aparelhismo", o nepotismo e o vazio ideológico tem feito ao partido. Não admira que hoje não se vejam bandeiras à entrada do Altis

PSD-CDS: uma derrota doce. Esta derrota por pequena margem face a "socialistas" sem capacidade de aglomerar o protesto, nem apresentar uma verdadeira alternativa, prende Seguro ao PS para as próximas legislativas. Basta usar os dividendos da saída da troika e a "almofada financeira" para meia dúzia de medidas eleitoralistas e a dulpa Passos-Portas arrisca-se a ganhar as próximas eleições, e forçar os socialistas a vergarem-se numa grande coligação.

CDU: Ganha mais um eurodeputado. Teve uma campanha limpa e centrada nas suas propostas. Consegue algum do eleitorado socialista mais à esquerda, mas acaba por empatar. Não consegue sair daquela fatia de eleitorado fiel, com mais ou menos mozarela.

MPT: Vitória da noite para o populista, justiceiro e ultramontano Marinho e Pinto, que beneficiou da sua projecção mediática e do descontentamento do eleitorado do "Você na TV". O MPT, na verdade, é uma espécie de PNR com pele de cordeiro e alarga a direita em mais 7%. Ah, e que agradeça ao Goucha, o seu oficioso director de campanha, ainda que a Marinho lhê dê comichão os "maricas".

BE: Ficar atrás do MPT, esta noite foi "pior do que falecer".

Livre: conseguiu capitalizar os votos e os apoiantes do canal Q que dantes votavam Bloco de Esquerda, sobretudo em Lisboa. Pode ser que Rui Tavares vire deputado em São Bento. É uma agradável despromoção. Só tem de sobreviver um ano a "pão e água".

Abstenção, brancos e nulos: que agradeçam à campanha em que não se discutiu a Europa, a uma guerra de tomates podres entre os partidos do Arco da Governação e a uma comunicação social que não fez o trabalho que devia. Se pelo menos os brancos e nulos valessem lugares vazios...

EUROPA: A ascensão da extrema-direita devia fazer os partidos sociais-democratas e europeus repensar a sua ligação com as elites financeiras e a deriva neoliberal.

2 comentários:

Anónimo disse...

Incrível ninguem perdeu!!

Anónimo disse...

Exactamente, antes pelo contrário, como é costume foi só vitoriosos.